segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Jupy Jr. defende o papel social do assessor de comunicação de órgão público


Por Nycolas Santana 
Fotos de Tatiana Carvalho
Flávia Clemente, Jupy Jr. e Sylvia Moretzsohn na UFF
Em clima de retorno ao lar, Edmar Jupy Jr. viveu um reencontro com pessoas que marcaram a sua formação como jornalista na segunda mesa do Controversas, no dia 29 de dezembro. Demonstrando felicidade em voltar ao Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF, debateu com a professora recém-aposentada Sylvia Moretzsohn e a professora Flavia Clemente, que foi sua colega de turma, o papel da assessoria de imprensa de um órgão público. 

O ponto de partida da conversa foi a narração de um episódio envolvendo a prefeitura de Mangaratiba e a coluna do Ancelmo Góis, no jornal O Globo. Para ele, a divulgação na coluna do suposto caso de discriminação de uma artista plástica portadora de HIV por parte da prefeitura de Mangaratiba sem a devida apuração foi um exemplo de irresponsabilidade. “Quando eu li aquilo, fiquei estarrecido”, disse Jupy, que é subsecretário de Comunicação da prefeitura da cidade. “Publicaram sem nos consultar”, acrescentou. 

 Jupy Jr. fez críticas duras ao jornal O Globo
Vendo-se na necessidade de apurar o caso, Jupy viria a descobrir que a publicação era uma cópia quase idêntica de um release divulgado pela assessoria de imprensa da Defensoria Pública da cidade. “Fizeram o que acontece todos os dias. Uma instituição se pronunciou e replicaram a informação acriticamente, sem contestar o release”, criticou.  

A ação da Defensoria Pública caminhou no sentido contrário daquilo que Jupy diz ser o papel da assessoria de um órgão público. “O assessor é a personificação de uma voz social. Essa voz precisa ser elaborada com cuidado, tem que ser clara para que não se cometa crimes ou impropriedades”, ponderou.  Para ele, a assessoria tem responsabilidade no que divulga, sabe como funciona a imprensa e não deveria divulgar ações  ainda em andamento porque o desenrolar dessas ações pode comprovar que elas não procedem.  


Para Jupy Jr. seria importante haver um código de ética profissional para o assessor de comunicação. Na falta de um, valem os princípios éticos do jornalismo. “Mesmo atuando em assessoria, minha cabeça acaba atuando como imprensa. Eu não posso dar uma informação errada para esse erro ser reproduzido”, disse. 

Outro ponto destacado foi a questão do assessor trabalhar para uma fonte e muitas vezes a sua função acabar sendo confundida. “Em muitos lugares, o perfil das assessorias é dizer que existe Deus e o prefeito”, ironizou Jupy“O assessor não é o publicitário ou o marqueteiro. Ele é aquele sujeito que faz o meio de campo ”, pontuou Sylvia MoretzsohnPara a professora, a principal contribuição de Jupy Jr. foi ampliar a discussão sobre assessoria de imprensa para além daquilo que normalmente tratamos, que é o cliente privado. Ele trouxe uma reflexão sobre as diferenças e dificuldades de relacionamento quando o cliente é um órgão público. 

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